DISLEXIA
Dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da criança, quanto à velocidade e qualidade da aquisição das habilidades de leitura, escrita, fala, orientação espacial, entre outros.
Para detectar a dislexia é necessário observar alguns sintomas como: dificuldades com a linguagem, dificuldades em escrever, dificuldades com a ortografia e lentidão na aprendizagem da leitura.
Geralmente é perceptível no início da alfabetização e pode ser confundida com inteligência baixa ou desmotivação.
A causa da dislexia está relacionada ao processamento de informações, que ocorre diferentemente no cérebro de quem apresenta o distúrbio.
A dispersão é a primeira característica a ser percebida entre as crianças. Elas demonstram dificuldades em manter a atenção durante atividades, como: jogar, aprender rimas, montar quebra-cabeça. Demoram a falar e a organizar a linguagem de modo geral.
É importante que a dislexia seja observada o quanto antes, a fim de que não provoque desinteresse da criança pelos estudos e tenha que enfrentar algumas frustrações.
Como foi citado anteriormente, a dislexia não está relacionada com inteligência baixa, uma vez que crianças disléxicas mostram bons resultados em testes de lógica e atividades cognitivas. Às vezes essas crianças podem até apresentar inteligência acima da média.
A dislexia não tem ligação com nenhum tipo de retardo ou deficiência mental, e não indica futuras dificuldades acadêmicas e profissionais.
Como se trata de uma dificuldade de aprendizagem, a criança pode apresentar um mau comportamento dentro e fora da sala de aula.
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola
PRINCIPAIS CAUSAS DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
Físicas: Resultado de qualquer perturbação do estado físico geral da criança como, por exemplo, febre, dor de cabeça e de ouvido, cólicas intestinais, anemia, asma, verminoses, etc.;
Sensoriais: Distúrbios que atingem os órgãos dos sentidos, como a visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural ou os respectivos sistemas de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso. Isso causará problemas no modo da pessoa captar as mensagens do mundo exterior e, portanto, dificuldade para a compreensão do que se passa ao seu redor;
Neurológicas: Perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro, como do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso comanda todas as ações físicas e mentais do ser humano. Qualquer distúrbio em uma dessas partes se constituirá em um problema de maior ou menor grau, de acordo com a área lesada;
Emocionais: Distúrbios psicológicos ligados às emoções e aos sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não aparecem sozinhos, mas sim associados a problemas de outras áreas, como a motora, sensorial, etc.;
Intelectuais ou Cognitivas: Relacionadas à inteligência do indivíduo, à sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados e inanimados que o cercam e de estabelecer relações;
Educacionais: A educação que a pessoa recebe na infância acaba condicionando distúrbios de origem educacional, prejudicando o indivíduo na adolescência e idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho;
Socioeconômicas: Não são distúrbios que se revelam no aluno, e sim problemas que se originam no meio social e econômico. O meio físico e social exerce influência sobre o indivíduo, podendo ser favorável ou desfavorável à sua subsistência e também às suas aprendizagens.
DISGRAFIA
A escrita é algo a mais que a leitura, necessitando de habilidades específicas, a qual precisa ser treinada e ensinada. García descreve da seguinte forma os problemas encontrados na escrita:
As dificuldades de aprendizagem da escrita ou disgrafias poderiam ser conceitualizadas nos seguintes termos: trata-se de casos que, sem nenhuma razão aparente, manifestam-se dificuldades na aprendizagem da escrita no contexto de uma inteligência normal, bom ambiente familiar e socioeconômico, escolarização correta, normalidade na percepção e na motricidade, e suspeita-se que o déficit esteja em alguma disfunção na área da linguagem. Além disso, as áreas não linguísticas funcionam adequadamente, como, por exemplo, em raciocínio e cálculo numérico. Igualmente é comum observar as dificuldades de aprendizagem da escrita associadas às da leitura, daí que, às vezes, se fala de dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita ou de dislexias-disgrafias, ainda que, de alguma forma, se dê dissociação (1998, p.198).
Há também crianças com escrita espelhada, intercâmbio de letras e atrasos na escrita. Para detectar o nível e o perfil de cada dificuldade far-se-á necessário a análise dos erros cometidos pela criança e, a partir daí, intervir buscando a superação da dificuldade. A escrita em forma de espelho é traçada pela criança que não possui uma representação estável dos grafemas, possuindo apenas, uma parte da informação sobre o traçado correto. Falta-lhe apenas a fixação motora do grafema.
DISORTOGRAFIA
É uma alteração na planificação da linguagem escrita, que causa transtornos na aprendizagem da ortografia, gramática e redação, apesar de o potencial intelectual e a escolaridade do indivíduo estarem adequados para a idade. Disortografia, portanto, compreende um padrão de escrita que foge às regras ortográficas estabelecidas convencionalmente, que regem determinada língua.
Também pode acontecer como consequência da dislexia. É um quadro, muitas vezes, descrito como característico da disgrafia. Esse transtorno da escrita apresenta-se como uma persistência de trocas de natureza ortográfica (como ch por x, ou s por z, e viceversa), aglutinações (de repente/derepente, tem que/temque), fragmentações (em baraçar); inversões (in/ni, es/se) e omissões (beijo/bejo), após a 2ª série do Ensino Fundamental ou equivalente. Estas alterações devem ser observadas com determinada frequência, e em vocabulário conhecido pelo aluno.
DISCALCULIA
É a dificuldade em lidar com cálculos, numerais e quantidades, prejudicando as atividades de vida diária que envolvem essas habilidades e conceitos. De acordo com o DSM (Manual de diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais), em indivíduos com transtornos da Matemática, a capacidade para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático encontra-se substancialmente inferior à média esperada para sua idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade.
Segundo Ciasca (2005, s/p),
discalculia é uma falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. Basicamente, a dificuldade está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático. Atinge de 5 a 6% da população com dificuldade de aprendizagem e envolve dificuldade na percepção, memória, abstração, leitura, funcionamento motor; combina atividades dos dois hemisférios.
DISLALIA
Toda e qualquer alteração da fala pode ser entendida como um distúrbio de linguagem, uma vez que a fala corresponde à realização motora da linguagem. Os distúrbios da fala podem ser decorrentes de alterações no Sistema Estomatognático, já que a fala é considerada uma das funções deste sistema. De acordo com ZORZI (1998), a dislalia refere-se aos desvios fonológicos, ocorrendo na ausência de alterações das estruturas envolvidas no ato da fala.
TDAH- TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
A Síndrome reconhecida atualmente como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das possibilidades diagnósticas quando o profissional se encontra diante de queixas referentes ao comportamento discrepante daquele esperado para a faixa etária e inteligência, e que acarrete prejuízo para o desenvolvimento da criança em diferentes domínios da integração social. Geralmente, o diagnóstico se faz na faixa etária escolar. Nesta época os sintomas de hiperatividade e desatenção frequentemente impedem que a criança se mantenha em condições favoráveis ao aprendizado, gerando problemas secundários antes não perceptíveis ou pouco valorizados. Pré-escolares, no entanto, podem apresentar sintomas suspeitos de TDAH e alguns podem obter tal diagnóstico, mesmo que precocemente.
DICAS PARA LIDAR COM O TDAH
APRENDIZAGEM DO PORTADOR DE SÍNDROME DE DOWN
Para BASTOS, o portador da Síndrome de Down é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, “73% deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o que deve ser feito. ” Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde “normais” e deficientes são semelhantes em suas inúmeras diferenças.
O portador da síndrome tem somente um ritmo de aprendizagem mais lento, cujas etapas precisam ser respeitadas. Inteligência, memória e capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
Como a criança portadora da Síndrome de Down apresenta seus níveis de desenvolvimento mais lento, quando comparados às crianças “normais”, cabe aos pais e educadores dessas crianças a função de estimulá-los por meio de atividades lúdicas, visando prepará-los para a aprendizagem de habilidades mais complexas.
Os portadores da Síndrome de Down são capazes de atuar em níveis muito mais elevados do que se acreditava anteriormente. Dentro dos limites impostos por sua condição genética básica, há uma gama de variantes intelectuais e físicas. Uns têm comprometimento maior do que outros, mas mesmo os de Q.I. mais deficitário surpreendem (SANTIAGO et al., 1997, s.p.).
A criança Down apresenta muitas debilidades e limitações, assim o trabalho pedagógico deve primordialmente respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de suas habilidades. Programas devem ser criados e implementados de acordo com as necessidades especificas das crianças.
Segundo MILLS (apud SCHWARTZAN, 1999, p. 233) a educação da criança é uma atividade complexa, pois exige adaptações de ordem curricular que requerem cuidadoso acompanhamento dos educadores e pais.
Na alfabetização e no ensino da matemática, por exemplo, símbolos podem ser aprendidos com certa facilidade, embora seja difícil associá-los a conceitos e a quantidades. O processo de abstração é lento e difícil, mas possível. O aprendizado não pode ser isolado. Tem que acompanhar a vida prática tem que ser inserido num contexto real, em que o Down possa perceber o seu significado concreto, na vida real.
Frequentar a escola permitirá a criança especial adquirir, progressivamente, conhecimentos, cada vez mais complexos que serão exigidos da sociedade e cujas bases são indispensáveis para a formação de qualquer indivíduo (SILVA, 2002, s.p.).
Estudando as origens das dificuldades de aprendizagem, Fonseca (1995) considera a integração entre uma etiologia hereditária e neurobiológica e uma etiologia sociocultural dessas dificuldades. Considerando, em termos explicativos, cada um desses fatores, o autor classifica-os em fatores biológicos, fatores sociais, fatores de envolvimento e de privação cultural e fatores socioeconômicos.
Mas, de modo geral, embora privilegiando um ou outro aspecto como desencadeador das dificuldades de aprendizagem, a maioria dos estudiosos do tema consideram que as condições biológicas, sociológicas ou psicológicas interagem dinamicamente entre si e produzem efeitos que se materializam e revelam-se, na escola, em crianças de todas as classes sociais. Dessa forma, a compreensão dialética e interacionista da etiologia das dificuldades de aprendizagem previne o risco da exclusividade ideológica ou doutrinária de modelos causais absolutamente orgânicos, sociais, pedagógicos ou econômicos.
AUTISMO
O autismo é considerado um transtorno global do desenvolvimento, marcado por três características fundamentais: inabilidade para interagir socialmente; dificuldade de domínio de linguagem para se comunicar e lidar com jogos simbólicos; padrão de comportamento restritivo e repetitivo, geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. No autismo, o grau de comprometimento varia de intensidade: há quadros leves, como a síndrome de Asperger, na qual não há comprometimento da fala e da inteligência, e outros mais graves, em que o paciente é incapaz de manter contatos interpessoais e demonstra comportamento agressivo. A criança com autismo se desenvolve de maneira mais lenta se comparada com as que apresentam desenvolvimento típico. Os autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam, por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina.
Pessoas com autismo são pensadores visuais. Seus pensamentos são concretos, transformando as imagens em objetos mentais. Em consequência dessa forma peculiar de ser, possuem dificuldades em:
Em contrapartida possuem facilidade com:
O Modelo TEACCH - Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children (Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Perturbações da Comunicação) resultou da investigação desenvolvida com o objetivo primeiro de ensinar aos pais técnicas comportamentais e métodos de educação especial adequados às necessidades dos seus filhos com autismo. Devido ao sucesso do método ele foi também adaptado para as escolas. Foi desenvolvido por Eric Shopler e seus colaboradores na década de 70, na Carolina do Norte.
Características do TEACCH: